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A Assembléia Geral das Nações Unidas (ONU) proclamou o ano de 2011 como o Ano Internacional da Química.

O evento será organizado pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em comunicado oficial, as duas instituições destacam que o Ano Internacional da Química permitirá celebrar as contribuições da química para o bem-estar da humanidade.


Também no ano de 2011, comemora-se o 100º aniversário do Prêmio Nobel em Química para Marie Sklodowska Curie, o que, de acordo com os organizadores, motivará também uma celebração pela contribuição das mulheres à ciência.

Ainda de acordo com os organizadores:

A química é fundamental para a nossa compreensão do mundo e do cosmos. As transformações moleculares são centrais para a produção de alimentos, medicina, combustíveis e inúmeros produtos manufaturados e naturais.

A programação do Ano Internacional da Química também será inserida nas atividades da Década da Educação e do Desenvolvimento Sustentável (2005-2014), estabelecida pela ONU. Assim, as atividades programadas para 2011 darão ênfase à importância da química para os recursos naturais sustentáveis.










16 de Agosto de 2011

Químico alemão Robert Bunsen nasceu há 200 anos

Um dos mais importantes cientistas do seu tempo abriu o campo da espectroscopia química

2011-03-31


Robert Wilhelm Bunsen (1811-1899)
Robert Wilhelm Bunsen (1811-1899)
 
 
Em qualquer laboratório científico é possível encontrar nos dias de hoje um «bico de Bunsen», aparelho indispensável para uma grande diversidade de experiências. Este dispositivo foi desenvolvido por Robert Wilhelm Bunsen, um notável químico que nasceu faz hoje 200 anos. Nos seus 88 anos de vida dedicados à ciência, criou o eléctrodo de carbono, descobriu elementos químicos como o césio e a rubídio, com Gustav Kirchhoff, e foi mentor de importantes químicos, como Dmitri Mendeleev e os três prémios Nobel Adolf von Baeyer (1905), Fritz Haber (1918) e Philipp Lenard (1905).

Nascido em 1811 de uma família de académicos, Robert era o mais novo de quatro filhos. Estudou Química na Universidade de Göttingen, onde se formou com 19 anos. Depois de uma viagem pela Europa, durante a qual conheceu outros cientistas como Carl Runge, Justus von Liebig e Eilhard Mitscherlich, voltou a Göttingen, desta vez como professor.

Cientista dedicado à experimentação, Bunsen passou muito tempo em laboratório a investigar a composição de químicos. As suas primeiras experiências centraram-se nas propriedades do arsénico, em particular numa substância chamada cacodílico. Com esta investigação conseguiu encontrar um antídoto para o envenenamento por arsénico: o óxido de ferro hidratado.

Esta investigação decorreu com alguns percalços. Quase morreu envenenado com aquela substância e perdeu a visão de um olho devido a uma explosão no laboratório.
A invenção do chamado «bico de Bunsen» (para aquecimento por combustão de gás), desenvolvida a partir de um dispositivo desenhado pelo químico inglês Michael Faraday, na altura uma pouco mais velho do que ele, abriu o campo da espectroscopia química.

Bico de Bunsen
Bico de Bunsen
Pela primeira vez era possível observar, sem interferência, as linhas de emissão espectral dos elementos, tais como o rubídio e o césio, que foram por si descobertos.
Além de profícuo cientista, foi um dedicado docente. Deu aulas nas universidades de Marburgo, Breslau e Heidelberg. Aposentou-se nesta última em 1889, depois de ter lá leccionado e investigado mais de 30 anos.

Além do bico de Bunsen, o químico deu o seu nome a outros instrumentos, tais como o efusiómetro de Bunsen (aparelho que permite determinar a densidade de um gás por medição da velocidade de escoamento deste através de um orifício) e o fotómetro de Bunsen (dispositivo para comparar intensidades luminosas).

Depois da reforma, aos 78 anos, teve tempo para se dedicar a outros dos seus interesses, a geologia e a mineralogia. Morreu 10 anos depois, em Heidelberg.